19.10.05

Um homem, quando se tem a si próprio, pode não ter mais nada, porque ter-se lhe basta. Mas, assim sozinho, serei eu capaz, alguma vez, de ver através dos outros homens? Porque no meio deles é que a minha história se há-de completar.
É de estar lúcido, apesar de tudo, que sinto este medo frio de não conseguir ver. Sei, desde há muito, que os homens não são límpidos: a única coisa que, com certeza, é possível ver atravessá-los chama-se morte, e a morte não ajuda. A morte também não vê nada.