3.10.05

Jovem e fogoso, acho-me inesperadamente a pensar nos velhos, no respeito que se lhes tem por obediência à tradição. Há os que já dizem que é preciso tirar-lhes esse poder, silenciar toda e qualquer voz de sensatez. Quem assim fala são aqueles que nunca fizeram verdadeiros combates, mas apenas guerras cegas: sangue derramado sem fim, enormes campos de carne dilacerada e morta, onde, pela manhã do dia seguinte, as aves recomeçam a cantar, alheias à estupidez dos homens. É preciso desconfiar de quem defende as tradições, tanto como de quem as ataca. E depois desconfiar de quem desconfia. E, se for preciso destruir, que se destrua a sensatez a par da sede de sangue.
O meu povo é, mais que todos os homens, cada homem por si só, frente a frente, conhecimento a conhecimento, e pacientemente.

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