30.12.05

Dantes, dizia-se: “fumemos o cachimbo da paz”. Fumava-se o cachimbo e a paz tornava-se realidade, tecido com o qual se vestia a existência. Um homem podia acreditar nela. Podia-se acreditar em tudo — pelo menos até à guerra seguinte.
Agora não. Andamos todos com uma arma apontada ao peito, e dizem-nos: “a paz é isto” — e é uma arma. Algumas têm o gatilho leve, e há gente com dedos nervosos. Esta guerra, eu não a entendo. É que, às vezes, um guerreiro quer apenas seguir o seu próprio caminho, sem lutas nem cachimbos de paz para partilhar. Muito menos ainda com uma arma apontada ao seu peito.

Sem comentários: