22.9.05

Não vou lutar mais. E nisto, o que digo é: não vou procurar mais as lutas. Estou no meu caminho. Todos os caminhos são o meu, e eu estou nele. A luta virá por si. E que venha — serei o último a falar, a partir de agora: nada sabendo, aprendi coisas, e tenho coisas para dizer. Haverá, portanto, um tempo meu, exacto, porque em tudo o que há pode haver também a minha presença. Não, não preciso de águas paradas para me ver nelas, reflectido: consigo ver-me assim mesmo, e reconheço-me transparente. Se os outros em meu redor não o são, não importa. Não importa os outros, mas o que posso ser perante eles. E o que eu posso ser de melhor é eu próprio.
Começo a compreender. Começo a ver o medo como uma espécie de animal — um cavalo selvagem, que é preciso domar antes de montá-lo. Conhecer a serpente foi aprender a arte de domar. Agora, vou cavalgar o medo através do mundo, e vou andar direito, e olhar a direito, porque consegui conquistar o deserto para o meu próprio coração, e estou a construir coisas nele. Estou a conhecer a minha natureza e o meu poder. Não haverá tristeza nem alegria que me desviem disto: de mim. Quem cavalga o medo, cavalga tudo.

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