26.9.05

Detenho-me, por momentos. Respiro fundo. Não temo a antiga voz, não quero temê-la. Não quero temer coisa nenhuma. Se há algum poder maior lá em cima, nas planícies do céu, então eu sou como ele. Sou um nada, é verdade — um grão de areia mole, leve ao vento —, mas é o grão de areia que, com muitos outros iguais a si, faz o deserto.
O próprio céu, visto daqui, parece, ele também, um deserto. Um lugar sem água, com areia azul.

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